Obsessão Secreta: Filme apresenta boa ideia de enredo, mas uma execução não tão boa assim


“Quando Jennifer acorda com amnésia após um choque traumático, é seu marido que cuida dela. Mas logo ela percebe que o perigo não acabou.

Essa é a sinopse de Obsessão Secreta, nova produção da Netflix. Um texto instigante que introduz um filme bastante promissor, mas que, infelizmente, dá a impressão errada do produto final.

O longa do diretor Peter Sullivan é aquele típico caso de uma boa ideia que é mal executada. A intenção está ali, mas não se concretiza. Sullivan tentou criar uma história de suspense, ancorada na garota fragilizada que precisa de ajuda para se recuperar de um grave acidente, mas acaba entregando um filme totalmente previsível em que cada passo pode ser antecipado de antemão pelo espectador.

A não ser pela boa atuação de Brenda Song, a Jennifer, tudo em Obsessão Secreta está errado, começando pelo clima de mistério, que não convence. Aquela sensação meio angustiante que a mise-en-scène de um bom filme desse gênero causaria, nunca aparece. O vilão é fraco e está muito mais para o marido coadjuvante da mocinha do que para o monstro que estava destinado a ser. E o herói, coitado… o detetive de polícia Frank Page (Dennis Haysbert) não precisava nem mesmo ter aparecido.

Obsessão Secreta mais do que prova que a unidade de um filme é muito mais do que a soma de seus elementos, já que tem tudo para dar certo – uma boa fotografia, direção de arte de qualidade, atores bonitos etc., – mas deu errado. Mesmo que a história pareça um pouco clichê – um homem tão obcecado por uma mulher que prefere vê-la morta do que com outro -, Sullivan poderia ter seguido caminhos que levariam a uma obra bem-sucedida, mas não o fez.

O que assistimos, na verdade, é uma história que começa bem, vai perdendo qualidade em uma série de ações pobres e sem imaginação e personagens que têm pouco a oferecer e deságua em um final decepcionante. Dá até para chegar à conclusão de que houve preguiça em desenvolver um roteiro mais elaborado, que fosse tão instigante quanto a sinopse da Netflix.

Ficamos ali, sentados no sofá, esperando por um plot twist salvador que viesse transformar a narrativa, nem que fosse nos últimos minutos. Mas não. Ela segue seu arco fraco exatamente como esperávamos.

Nada de palmas para você nesse caso, Netflix! Dá para fazer muito melhor, né?

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