Se tem uma coisa que marca um ano cinematográfico é a qualidade de suas produções. Desde filmes bons ou ruins, passando por obras divisivas, as particularidades vão moldando aqueles doze meses, que podem se tornar inesquecíveis – ou não – para os cinéfilos apaixonados pela sétima arte.
Em 2017, centenas do filmes foram lançados no Brasil. Alguns deles – que haviam estreada lá fora no ano anterior – vieram com a pompa inerente à corrida do Oscar e não decepcionaram. Também foi um ano bom para as produções de terror e de maneira geral, os blockbusters. Podemos incluir nesse segmento alguns filmes de heróis e até mesmo comédias dramáticas.
É bom lembrar: não foram considerados os filmes que estrearam somente em festivais. Aqui na Quarta Parede já temos críticas de filmes como O Que te Faz Mais Forte, Projeto Flórida e Artista do Desastre. Outros filmes que também estão na corrida do Oscar 2018, como Me Chame Pelo Seu Nome e Lady Bird, e que chegarão aos cinemas do Brasil a partir de Janeiro, serão alvo de uma análise a parte, em breve.
Também é possível que nem todos os melhores filmes de 2017 estejam aqui. Afinal de contas, além de ser uma análise que não representa uma opinião definitiva, não foi possível assistir a todos os filmes lançados. Mas pelo menos umas duas centenas foram vistos, eu juro! Então vamos conferir:
O Apartamento
O drama iraniano O Apartamento (Forushande) foi o vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro este ano. Dirigido por Asghar Farhadi, o filme acompanha o casal Emad (Shahab Hosseini) e Rana (Taraneh Alidoosti), que são obrigados a se mudar depois que seu apartamento sofre sérios danos. Quando um desconhecido invade a nova casa e agride Rana, a esposa precisa lidar com o trauma. Enquanto isso, Emad embarca numa jornada de vingança, que desencadeia uma série de eventos. O que torna o longa de Farhadi tão atrativo é justamente a forma como ele conta a sua história, com simplicidade, mostrando características culturais do país e situações comuns dos personagens. Além disso, há um estudo íntimo da relação do casal e o roteiro e a câmera precisa do diretor fazem com que os bons textos e as brilhantes atuações se sobressaiam.
La La Land: Cantando Estações
Por conta da estreia do filme ter acontecido em festivais de cinema no início de segundo semestre e do enorme buzz criado por conta da corrida do Oscar, não é difícil esquecer que La La Land estreou por aqui somente na segunda quinzena de Janeiro. O musical de Damien Chazelle, que venceu o Oscar de melhor direção, é um deleite para quem gosta do gênero e até para aqueles que não são tão chegados. As músicas são boas, o roteiro é engajante e a direção de arte é simplesmente impecável. Não podemos nos esquecer também de Ryan Gosling e Emma Stone, que com charme e boa química dão vida aos personagens Seb e Mia. Embora pareça em um primeiro momento, La La Land não é somente uma homenagem a Hollywood. O filme também tem algo a dizer, sobre escolhas e as consequências que podem se aplicar além de um romance.
A Qualquer Custo
Aqui não temos somente as grandes performances de Jeff Bridges, Chris Pine e Ben Foster. Em A Qualquer Custo (Hell or High Water), o diretor David Mackenzie e o roteirista Taylor Sheridan fazem o público embarcar em um faroeste moderno, com uma história empolgante e que subverte as expectativas em relação aos personagens. Muito bem escrito, o longa ainda nos faz criar empatia com os policiais da mesma forma com que acompanhamos os bandidos. Contextualizando, os dois irmãos texanos Toby (Pine) e Tannar (Foster) se reúnem após anos de separação para roubar agências do banco que ameaça a falência das terras da família. Os assaltos, no entanto, vão além de uma simples vingança e fazem parte de um plano elaborado pelos dois, que envolvem valores morais e familiares.
Moonlight: Sob a Luz do Luar
Não é difícil entender o motivo pelo qual Moonlight tenha sido tão aclamado pela crítica, muito menos o fato de ter levado a estatueta de Melhor Filme no Oscar deste ano. Dirigido e escrito por Barry Jenkins, o filme abandona o estereótipo e mais do que isso: ele é capaz de transformar o arquétipo do personagem negro e pobre em algo totalmente diferente e verossímil. Segundo diz a sinopse, a beleza do filme se concentra nas relações humanas e nas descobertas do jovem afro-americano Chiron, desde a infância até a vida adulta e a luta dele para encontrar seu lugar no mundo enquanto cresce num bairro violento de Miami. Mas Moonlight também é uma obra visualmente linda, com performances marcantes, como as de Naomi Harris e Mahershala Ali, e tem uma das cenas finais mais tocantes dos últimos anos.
Logan
O longa dirigido por James Mangold foi o primeiro filme de heróis a estrear em 2017. E também foi o melhor. Logan é um filme sujo, áspero e que nos leva para dentro daquele universo de forma plausível, onde quase nos esquecemos por instantes que existem mutantes ali inseridos. É ai que reside o grande mérito da história em si, fazendo com que haja um senso de humanidade muito presente no filme. Ainda que não seja a maior obra-prima entre os mais de 50 filmes de super-heróis já feitos até hoje, Logan poderá compor listas dos melhores com obras como O Cavaleiro das Trevas e Homem-Aranha 2. Antes de tudo, é uma obra apreciável e que chega a um patamar que transcende o gênero, onde sem exageros, sabe dosar todos os seus componentes para compor um resultado surpreendente. Isto sem mencionar as grandes performances de Hugh Jackman, Patrick Stewart e Dafne Keen.
Um Limite Entre Nós
Protagonizado por Denzel Washington e Viola Davis, Um Limite Entre Nós (Fences) estreou comercialmente no Natal de 2016 e chegou ao Brasil apenas em Março. Pode-se dizer que a espera valeu a pena. O filme possui um jeito bem peculiar pois trata-se da adaptação de uma peça de teatro escrita pelo já falecido autor August Wilson. Dirigida por Washington, que dá vida ao protagonista verborrágico e hipnotizante Troy, o filme não possui uma história tão grandiosa mas se destaca pelas brilhantes atuações, sobretudo Viola, que brilha como Rose. O longa possui uma capacidade de inebriar e prender a atenção o público, com as transformações causadas pelas circunstâncias que porém, nem sempre são responsáveis por moldar quem somos e o que queremos nos tornar, a partir do momento em que o filho do casal (Jovan Adepo) decide seguir carreira no beisebol – antigo sonho do pai.
Personal Shopper
Maureen é uma jovem americana que vive em Paris, trabalhando como um assistente de moda de uma celebridade. Ela também tem a habilidade psíquica de se comunicar com espíritos, igual ao seu irmão gêmeo Lewis, que faleceu recentemente. Enquanto espera por um sinal de seu irmão, ela começa a receber mensagens de uma força desconhecida. No papel da protagonista deste filme está Kristen Stewart. E antes de qualquer torcida de nariz ou cara feia, se você não assistiu ao longa acredite: ela está ótima aqui. Dirigido pelo francês Olivier Assayas, Personal Shooper possui uma atmosfera intrigante, uma ambientação muito bem construída e um enredo que utiliza uma abordagem não convencional para falar do assunto.
Fragmentado
O suspense colocou o diretor e roteirista M. Night Shyamalan de volta aos holofotes. E desta vez porque fez um filme bom. Aqui ele conta a história de Kevin (James McAvoy), um homem atormentado por suas múltiplas personalidades que se manifestam aleatoriamente. Com a capacidade de alterar sua química corporal por meio do pensamento, Kevin passa a agir de maneira incontrolável ultrapassando limites. Em Fragmentado (Split) temos Shyamalan de volta aos seus melhores dias, desde movimentos de câmera, passando pela ambientação até os tradicionais plot twists. Além disso, é necessário destacar que tanto McAvoy quanto Anya Taylor-Joy apresentam ótimas performances.
Corra!
Aqui temos um caso interessante. Corra! (Get Out) estreou nos Estados Unidos em Fevereiro e ao contrário do muitos filmes que acabam ficando pelo meio do caminho, chegou ao fim de 2017 como uma das produções com possibilidades reais no Oscar. Indicado em importantes premiações do cinema independente e presente entre os cinco postulantes ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme de Comédia ou Musical, Corra! é uma sátira inteligente e ao mesmo tempo um terror psicológico provocativo. Jordan Peele acertou em cheio na sua estreia como diretor, unindo elementos distintos como crítica social associada ao racismo e uma comédia debochada, em um filme envolvente, assustador e original. Ao mostrar o final semana em que Chris (Daniel Kaluuya), um jovem afro-americano, visita a propriedade da familia branca de sua namorada e vivencia uma experiência perturbadora, Peele nos insere em um enervante filme que foi uma das grandes surpresas do ano.
Z – A Cidade Perdida
Dirigido e escrito por James Gray, Z – A Cidade Perdida conta a verdadeira e incrível história do explorador inglês Percy Fawcett (Charlie Hunnam) que depois de se aventurar pelo mundo vai atrás de uma cidade perdida feita de ouro no coração da Amazônia, apoiado pela esposa (Sienna Miller), filho (Tom Holland) e seu ajudante (Robert Pattinson). Além de ótimo trabalho de seu elenco, Z possui uma fotografia fantástica e apesar da narrativa caminhar a passos lentos, a jornada que o personagem de Charlie Hunnam traça é engajante e instiga nossa curiosidade. É um filme que na sua primeira camada fala sobre exploração, mas que também discute temas como o propósito na vida de uma pessoa e o senso familiar.
Em Ritmo de Fuga
Quem diria que um filme sobre um piloto de fuga chamado”Baby” faria tanto sucesso este ano? O longa dirigido e escrito por Edgar Wright, assim como outros dessa lista, é uma prova de que um blockbuster de ação pode ser bom sem ser esquecível ou mal executado. Com um elenco que marca presença, ótimas cenas de ação e uma direção impecável, Em Ritmo de Fuga é mais do que um musical não convencional sobre rodas. A ação frenética aliada a uma edição primorosa – e uma playlist que pulsa a todo instante – tornam o filme uma experiência cinematográfica divertida e alucinante.
Dunkirk
Certamente temos aqui um filme que não é o único dessa lista a dividir opiniões. Muitos acusam Dunkirk de ser um longa revestido de muita plasticidade e pouca emoção. Outros defendem o fato de que o filme dirigido e escrito por Christopher Nolan é uma experiência cinematográfica incrível e imersiva. De fato, o filme é dotado de uma cinematografia impecável que reúne elementos que se combinam para resultar em uma experiência única. Com poucos diálogos, o longa se apoia na trilha incessante e não convencional de Hans Zimmer, que dita o tom à medida em que as situações se desenrolam. Fazendo uso de muitos efeitos práticos, planos abertos exuberantes e com sequências incríveis no mar e no ar, o filme não precisa de um óculos 3D ou outro recurso para aumentar a experiência. A imersão é inevitável e a tensão da guerra com todos os seus medos e perigos é uma constante.
Planeta dos Macacos: A Guerra
A julgar pelo título, muita gente ansiou por um filme com tiros, mortes e uma ação constante. Isto não acontece em Planeta dos Macacos: A Guerra, o que é bom. Há momentos de ação mas este filme é essencialmente um drama, onde os personagens também lutam suas guerras internamente. A trilogia é um arco de desenvolvimento humano, símio e do mundo como conhecemos. O filme consegue encerrá-la de forma bem coerente, discutindo temas como evolução, cooperação e até aonde estamos dispostos a nos adaptar. Além disso, o longa dirigido por Matt Reeves consegue atingir um grau de complexidade que estamos pouco (ou mal) habituados no cinema pipoca. Isso é possível a partir da construção de um dos melhores personagens (Caesar) que o cinema nos deu nos últimos anos, sem contar a interpretação cirúrgica de Andy Serkis e para não ser injusto, os demais atores. É sim um blockbuster, mas com qualidade necessária para não tornar-se esquecível e pungente o suficiente para comover em seu ato final.
Bingo: O Rei das Manhãs
Em um ano marcado por boas produções brasileiras, Bingo: O Rei das Manhãs é o melhor filme entre os nacionais. A estreia de Daniel Rezende como diretor não poderia ser melhor. Transitando entre humor e drama, o longa ainda conta com uma atuação magnífica de Vladimir Brichta. Bingo, ou melhor, Augusto, é um personagem complexo e cheio de camadas, que possui um conflito interno tocante. Tecnicamente o filme é primoroso, desde os versáteis movimentos de câmera até a brilhante fotografia de Lula Carvalho, que serve de forma brilhante à narrativa. Bingo ainda conta com um bom elenco de apoio, com destaque para Leandra Leal, e nos faz lembrar do Bozo de outra maneira.
It: A Coisa
Duas semanas após Bingo surpreender o público, outro palhaço dominou as telonas. Versão cinematográfica do clássico de Stephen King, It: A Coisa foi um sucesso absoluto de público e crítica. Além disso, o filme dirigido por Andy Muschietti saiu-se muito bem nas bilheterias, quebrando recordes e sendo um dos filmes mais buscados pelos fãs no Google. O que tornou It tão aclamado é o fato de que este é realmente um filme que dá medo. O Pennywise de Bill Skarsgård é bizarro e quando ele desperta para caçar e assustar crianças, as coisas realmente ficam sérias. A primeira cena que o diga.
Uma Mulher Fantástica
Devidamente reconhecido pela crítica, Uma Mulher Fantástica é um excelente filme. Dirigido por Sebastián Lelio, que co-escreve o roteiro com Gonzalo Maza, o longa chileno é um dos grandes favoritos ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. A história acompanha Marina, uma garçonete transexual vivida de forma impecável pela atriz Daniela Vega. Marina ocupa seus dias trabalhando como garçonete e como cantora de música lírica. Seu sonho é fazer sucesso com a música e para isso, ela se apresenta nos clubes noturnos da cidade. Quando seu parceiro morre, Marina se vê diante da raiva e do preconceito da família dele sem ter o direito de se despedir de seu amado. O filme tem o grande mérito de mostrar, de forma crua e intimista, o ponto de vista da comunidade trans através da personagem de Daniela, que enfrenta o preconceito pelo simples (pelo menos deveria) fato de ser quem ela é.
Mãe!
Se você lembrar de um filme que dividiu opiniões de forma mais incisiva em 2017, com certeza vai lembrar de Mãe! Por ser um filme extremamente desconfortável, perturbador e angustiante, isso é justamente aquilo que o torna inesquecível em diversos aspectos. Uma junção de metáforas – as vezes em exagero – e uma cinematografia impecável que torna essa experiência cinematográfica uma das mais intensas de 2017. A sinopse parecia simples, ao dizer que a relação de um casal é testada quando visitantes não esperados chegam à sua casa e atrapalham a tranquilidade da família. Mãe! é isso e mais um monte de coisas. É também Jennifer Lawerence e Javier Bardem dando tudo de si, enquanto Ed Harris não fica atrás, ao lado de uma estonteante Michelle Pfeiffer. Mãe é a obra-prima de Darren Aronofsky mas também pode ser o seu pior filme. Depende da sua experiência.
Blade Runner 2049
Trinta anos após os eventos do primeiro filme, um novo Blade Runner, o agente K (Ryan Gosling), descobre um segredo há muito enterrado que tem o potencial de mergulhar no caos o que resta da sociedade. A descoberta de K o leva a uma investigação para encontrar Rick Deckard (Harrison Ford), um ex-policial Blade Runner que está desaparecido há três décadas. Dennis Villeneuve dirige o filme de forma primorosa, entregando sua visão definitiva do longa direto nos cinemas. Tudo o que foi pensado está ali, sem versões finais ou edições extras. Uma viagem que inclui uma imersão visual contemplativa e única, diga-se. A câmera não é apressada e se move com elegância, leve o tempo que precisar. Além disso, há uma cena envolvendo sexo que certamente é diferente de tudo o que já vimos no cinema. Sem falar na deslumbrante fotografia de Roger Deakins, sem se esquecer da direção de arte que fica por conta de Dennis Gassner, embalados pela trilha de Hans Zimmer e Benjamin Wallfisch. São duas horas e meia de puro deleite visual e narrativo. Não há dúvidas: Blade Runner 2049 é um filmaço.
Bom Comportamento

Após um malsucedido assalto a banco, Constantine Nikas (Robert Pattinson) vê seu irmão mais novo (Bennie Safdie) sendo preso e embarca em uma odisseia no submundo da cidade em que vive, numa tentativa cada vez mais desesperada – e perigosa- de tirar seu irmão da prisão. Aqui os irmãos Safdie entregam um thriller de perseguição enervante, combinando ações frenéticas em um ótimo filme do gênero. Bom Comportamento é um filme sobre a jornada desastrada e determinada de Coonie, que é um bom personagem. Porém, isto não seria possível sem a brilhante atuação de Robert Pattinson, que dá um dos melhores desempenhos de sua carreira.
Terra Selvagem
Taylor Sheridan se faz presente na lista mais uma vez, desta vez em mais um filme fronteiriço. No longa, Cory (Jeremy Renner) é um caçador de coiotes e predadores traumatizado pela morte da filha adolescente. Quando ele encontra o corpo congelado de uma menina em meio ao nada, em uma remota Área de Preservação Indígena Americana, inicia-se uma investigação sobre o crime com o auxílio de uma agente novata do FBI (Elizabeth Olsen) que desconhece a região. Mais do que um suspense ou uma trama que gira em torno da resolução do mistério, Terra Selvagem fala sobre a dor de uma forma sensível e ao mesmo tempo não convidativa. O filme é um estudo da natureza humana quando ela é testada em condições adversas. Em alguns pontos ele nos incomoda mas sentimos a necessidade de abraçar a jornada dos personagens e entender suas motivações. Taylor Sheridan demonstra que é um nome em que devemos prestar atenção, tanto escrevendo quando atrás das câmeras.
Mais um filme: Star Wars: Os Últimos Jedi
Para finalizar, Star Wars: Os Últimos Jedi encerra a lista, que teria 20, mas não poderia deixar de incluir o novo longa da saga. O filme dirigido porRian Johnson é uma prova de que a reverência a trilogia clássica não impede o diretor de ousar e trazer um frescor para a franquia, mesmo em um filme situado entre o início e o fim de uma nova sequência. O Episódio VIII é, portanto, mais do que uma transição. Ele é um capítulo que eleva em larga escala a cinematografia da série, para aplicar o que o enredo de Star Wars pede: batalhas no espaço, um ótimo CGI sem abrir mão de efeitos práticos, planos abertos exuberantes e lutas bem coreografadas (uma delas bastante empolgante), além de uma representatividade cada vez maior para as mulheres. Os Últimos Jedi consegue ser um ótimo filme e figurar entre os três maiores filmes da saga, na minha modesta opinião. Quer saber a ordem? Confira a lista dos filmes de Star Wars, do pior ao melhor.
Outros destaques e menções

É impossível não olhar para 2017 e ignorar o fato de que Mulher-Maravilha merece o seu devido reconhecimento. Captada sob uma ótica feminina pela diretora Patty Jenkins, o carisma de Gal Gadot e a história que abre espaço para o humo,r sem deixar a aventura de lado, nos mostra uma heroína que coloca sua fé na humanidade acima de tudo. Mas não foi somente Patty quem engrandeceu o time das mulheres na direção. Kathryn Bigelow trouxe um drama visceral sobre as tensões raciais dos anos 60 em Detroit em Rebelião, enquanto Sophia Coppola realizou em O Estranho que Nós Amamos a reunião de um poderoso elenco feminino, em uma vistosa releitura com sua trama de cíumes e traições.
Em Ao Cair da Noite, o suspense e o terror apresentados giraram em torno do que não pode ser visto e da atmosfera. Outro filme que utilizou bem a ambientação em favor da narrativa foi o drama existencial A Ghost Story, com um estudo metafísico íntimo e extremamente tocante. Por falar em emoção, além da bela cinematografia empregada, Selton Mello entregou mais um belo trabalho como diretor em O Filme da Minha Vida, corroborando o bom ano do cinema nacional, que ainda teve Como Nossos Pais discutindo a dinâmica familiar da família moderna, sob o ponto de vista feminino. Filme que, aliás, todo homem deveria assistir.
Voltando ao início do ano, não dá para esquecer de outros filmes que estiveram na corrida do Oscar. Desde a guerra retratada de forma visceral por Mel Gibson em Até o Último Homem, até o drama de partir o coração em Lion, tivemos grandes atuações de Andrew Garfield e Dev Patel. Por falar em interpretação, o elenco feminino de Estrelas Além do Tempo teve uma atuação elogiável, enquanto o melancólico Manchester à Beira-Mar trouxe uma das melhores cenas de drama da temporada passada, entregue por Michelle Williams. Ainda teve uma grande esnobada da Academia que merece uma menção. O épico religioso Silêncio, de Martin Scorcese, vale uma conferida.
O cinema de ação teve bons longas como o estiloso Atômica e o porradeiro John Wick: Um Novo Dia Para Matar. As sequências de lutas desses filmes estão definitivamente em outro nível. Mas seria injusto deixar outro gênero sem uma menção. As comédias dramáticas Doentes de Amor e A Guerra dos Sexos valem uma conferida, com boas atuações e histórias gostosas de acompanhar. E por quê não citar Thor Ragnarok, a grande e divertida piada da Marvel em 2017?
Falando nisso, Os Meyerowitz: Família Não se Escolhe, da Netflix, conseguiu a proeza de fazer Adam Sandler ser aplaudido em Cannes. Sejamos justos, ele merece o reconhecimento, assim como Ben Stiller. A gigante do streaming também emplacou o bom filme OKJA, uma bela e sensível história de amizade entre uma menina e uma super-porca gigante.